Aqui mesmo no nosso blog eu já escrevi alguns artigos sobre as diferenças culturais entre Brasil e Itália.
O primeiro artigo deste assunto foi esse aqui, onde eu explico como o italiano (eu incluso!) ama um bom bidê.
Opa, nem adianta torcer o nariz antes de ler a matéria e, principalmente, utilizar o bidê italiano moderno, não aquele coiso que tem lá na casa da sua vó 👵 .
Depois escrevi esse aqui (ignore a minha foto por favor 🥺) quando conheci o Cesare e ele falou sobre o sorriso do brasileiro
Depois ainda escreveria esse (2013) e esse (2017), corre lá pra ler e depois volte aqui para continuar a sua leitura!
ASSUNTO DE HOJE: DIFERENÇAS CULTURAIS ENTRE BRASIL E ITÁLIA
Depois de ler estes artigos que escrevi ao longo dos anos, você pode finalmente entender que existem muito mais diferenças do que semelhanças entre os comportamentos dos italianos versus o comportamento dos brasileiros.
E isso se aplica também na forma como é feita a comunicação entre as pessoas!
No Brasil, nós temos como característica “dar um panorama da situação, ou então “contextualizar” a pessoa antes mesmo da solicitação daquilo que realmente queremos.
Eu já vi pessoas ligando para um cartório para pedir um documento e antes mesmo do pedido, contava toda a história da família, como eles acabaram chegando naquele local, quantos primos ainda moram por lá e mais um bocado de detalhes que não fizeram nenhuma diferença para a ligação.
Pelo contrário, muitas vezes, só enche o interlocutor de dúvidas!
Já na Itália, as coisas são um tiquinho diferentes.
Sabe aquela história que o italiano é grosso?
Então, na verdade não é que eles sejam grossos, na maioria das vezes eles são diretos!
Coisas bem diferentes, né?
PODER DE SÍNTESE
Vou te dar alguns exemplos para ilustrar ainda mais o que estou dizendo.
Veja abaixo um pedido de ajuda que eu recebi no nosso canal do Youtube:
Primeiro, uma curiosidade: toda vez que alguém diz que vai escrever “de forma resumida” ou “vou ser breve”, sempre sai um textão! Sempre!
Se você reparar o texto acima, ele escreveu:
Versão resumida da pergunta: meu antepassado é Luigi Condotta. Meu nome é Rodrigo Conduta. Entrando com o pedido de reconhecimento pelo Brasil (São Paulo), sou obrigado a alterar meu nome para Condotta? É o seguinte: O meu antenato italiano é meu tetravô, Luigi Condotta. Hoje, após retificações (não solicitadas por mim), o seu Certificato di Battesimo (nascido em 1861), sua Certidão de Casamento italiana e sua Certidão de Óbito brasileira constam todas Luigi Condotta. Ocorre que todos os filhos dele foram registrados como “Condutta”, e na geração seguinte, de seus netos, já assinavam “Conduta”, e fui registrado desta forma. Eu estou na fila do Consulado de São Paulo, pretendo fazer por aqui mesmo. Porém eu não gostaria de mudar meu nome, são 4 gerações da família assinando Condutta ou Conduta, tem até bairro na cidade com o nome “Jardim Conduta”. Você acredita que estou arriscando demais apresentando a documentação desta forma, ou acha que há chances de sucesso? Entrei na fila em 2018 e tenho bons anos pela frente ainda rs
Veja como ele poderia ter perguntado de forma reduzida, clara e fácil:
Fabio, meu sobrenome e de toda minha família é diferente do sobrenome do meu dante causa, pretendo dar entrada no consulado e estou com medo de ter problemas, o que você me sugere?
De 18 linhas, conseguiria fazer a mesma pergunta, de forma muito mais rápida e eu teria entendido até muito melhor (sem correr o risco de me perder na história) com apenas 4 😳
Outro exemplo:
Olha só, que curioso:
Obrigado por responder a minha pergunta na “live” anterior. Assunto resolvido! Agora vamos a próxima pergunta: Os avós de minha esposa eram italianos (temos a certidão de nascimento dos dois) e casaram no Brasil unicamente na igreja (declaração dele na certidão de nascimento dos dois primeiros filhos). O avô faleceu antes de registrar o meu sogro. A avó registrou o filho posteriormente (menor de idade) informando que o filho era legítimo, que era casada no civil e informou, também, o ano de falecimento do esposo. Para chegar até agora, usamos todos os recursos mencionados por você, nos vídeos e o no “sagabook” mas não encontramos as referidas certidões de casamento e do óbito do avô. Pergunto: Para solicitar a cidadania italiana por via materna, complica a informação da avó de que era casada no civil e não termos encontrado as referidas certidões?
Aqui podemos perceber que ela mesma “agilizou” a pergunta na última frase:
Para solicitar a cidadania italiana por via materna, complica a informação da avó de que era casada no civil e não termos encontrado as referidas certidões?
Ou seja, todo o restante acima foi irrelevante para me ajudar a entender o que ela realmente precisava saber!
PORCA MISÉRIA FABIO, PRECISA DE UM ARTIGO PARA ISSO QUE É TÃO ÓBVIO?
Pois é, querido leitor, querida leitora, precisava eccome!
Eu e a Fran temos um acordo que faz nosso relacionamento ainda melhor. Usamos a seguinte ideia:
O óbvio também precisa ser dito!
Descobri que tem até um livro com esse título:
Quantas vezes nos pegamos fazendo algo sem pensar, que depois que alguém comenta, a gente percebe o quanto era óbvio?
E eu nem considero o que estou dizendo aqui neste artigo tão óbvio assim, pois sei que a grande maioria das pessoas que me seguem ainda não foram à Itália.
E até aqueles que já foram, talvez não tenham percebido este tipo de comportamento do italiano.
Só pra você ter uma ideia do quanto isso é importante, recentemente gravei um vídeo no Youtube com o título de “O Poder Da Síntese No Reconhecimento Da Cidadania Italiana“
Lá eu dou mais detalhes sobre este assunto, clique na imagem abaixo para assistir o vídeo:
E, depois de assistir, sei que você já sabe o que fazer, mas sempre é bom recapitular 😉
1 – Clicar no joinha;
2 – Se inscrever no canal;
3 – Compartilhar o vídeo nas suas redes sociais.
E me conta aqui embaixo nos comentários se você já passou por alguma experiência destas na Itália.