Se você me acompanha há algum tempo já sabe que de tempos em tempos aparecem as nuvens negras que propagam o fim da cidadania italiana.
Basicamente um armageddon da cidadania italiana jure sanguinis 🙂
Praticamente todos os anos temos os tais “boatos da cidadania italiana” e, se você não acredita, veja o que eu já publiquei aqui mesmo no nosso blog:
https://www.minhasaga.org/verdade-sobre-a-mentira-da-restricao-a-cidadania-parte-ii/
https://www.minhasaga.org/resultado-da-mudanca-na-lei-da-cidadania/
https://www.minhasaga.org/verdade-sobre-a-mentira-da-restricao-a-cidadania-parte-iii/
Teve até outro boato, mas que eu nem me dei ao trabalho de vir aqui escrever um artigo, só publiquei um vídeo lá no canal antigo do Youtube:
E sim, estou aqui para falar mais uma vez sobre isso #chepalle
OS NOVOS BOATOS DO FIM DA CIDADANIA ITALIANA
Agora foi a vez do jornal Zero Hora do Rio Grande do Sul dar espaço a uma matéria muito mal escrita sobre eventuais restrições da cidadania italiana jure sanguinis.
Nesta matéria, alguns especialistas em cidadania italiana fazem uma ligação esdrúxula entre o resultado do referendum recente que tivemos na Itália, que reduziu o número de parlamentares, com uma eventual limitação na transmissão da cidadania.
Segundo os tais especialistas, isso trará impactos negativos para o reconhecimento da cidadania italiana, e confesso que “mi vieni da ridere“, visto que não há relação alguma entre o processo de reconhecimento da cidadania italiana jure sanguinis com as atividades parlamentares na Itália
Sim caro leitor, a matéria confunde alhos com bugalhos.
Ao fazer a ligação de uma eventual limitação da cidadania ao resultado da redução do número de parlamentares na Itália, a jornalista inevitavelmente induz o leitor ao erro.
Já no primeiro parágrafo da sua matéria fica clara a confusão e o desconhecimento da autora sobre o assunto ao qual ela está abordando.
Acompanhe comigo o primeiro parágrafo:
“A redução do número de deputados e senadores italianos, aliada ao projeto em debate no país que limita a cidadania italiana só à primeira geração, cria dúvidas entre os descendentes. Aqueles que estão com o processo em andamento ou pretendem reunir os documentos para requerer o direito sentem apreensão diante do atual cenário político.”
É isso mesmo que você leu! Ela diz que os descendentes de italianos estão em dúvida e apreensivos diante do atual cenário político italiano 🙂
Além da criação de um sentimento que não existe, ela cria outra narrativa também fantasiosa neste trecho abaixo:
“aliada ao projeto em debate no país que limita a cidadania italiana só à primeira geração“
Que projeto é este que está em debate no país, cara pálida?
Cadê os telejornais falando sobre isso? E as matérias de jornais italianos? Onde está este debate no próprio parlamento italiano?
Me mostre, ó sábia guru, uma única intervenção no congresso nacional italiano, onde deputados e/ou senadores estão discutindo ou debatendo este tema.
Não existe nenhum debate, simplesmente porque este não é um assunto de relevância nacional, porca porpetta!
Assim como os outros boatos, confesso que eu não ia me pronunciar sobre este, mas o fato é: vocês não me deixam ficar quieto!
Basta sair algo deste péssimo nível pra que minha caixa de mensagens comece a pipocar com perguntas e pedidos de esclarecimentos.
Por isso resolvi gravar e publicar um vídeo em nosso novo canal no Youtube, explicando de forma mais detalhada os motivos pelos quais esta matéria está equivocada em tantos níveis.
Assista abaixo o vídeo e com isso você vai entender um pouco mais sobre essa tal máquina de produção de boatos relacionados ao mundo da cidadania italiana:
Depois que assistir o vídeo, volte aqui e deixe um comentário com suas considerações, vou adorar saber o que você pensa sobre isso 😉
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Os fatos precisam ser analisados, sempre buscando mais informações. E isso temos por aqui com um profissional sério, competente, experimente e que se importa de fato com seus clientes.
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🙂
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Muito obrigado Fábio, por sempre munir sua tribo e a todos os italianos residentes no exterior com informações confiáveis e corretas.