Presépio Napolitano – Museu de Arte Sacra de Sao Paulo

Em uma das minhas passagens pelo Brasil, quem diria que iria conhecer uma das coisas mais lindas e impressionantes que  vi em toda minha vida, relacionada à Itália

Estávamos eu e minhas filhas brincando de passear de metrô, quando fomos abordados na saída do metrô Tiradentes por uma mocinha, que nos perguntou se já conhecíamos o Museu de Arte Sacra de SP.

Confesso que sempre ouvi falar do museu, mas nunca tive curiosidade de conhecê-lo.

Respondi que sabia que ficava ali nas proximidades mas nunca tinha ido.

Ela nos deu 3 tickets e nos disse que se quiséssemos poderiamos conhece-lo pagando apenas 1 real por pessoa.

E lá fomos conhecer o Museu de Arte Sacra de SP

Nossa primeira surpresa foi saber que no mesmo local onde fica o museu também fica a capela e o memorial de Frei Galvão.

Primeiro santo brasileiro (nascido na cidade de Guaratinguetá) e conhecido pelas pílulas feitas de papel de arroz e consideradas milagrosas.

Tão logo entramos no museu infelizmente fui impedido de entrar com minha máquina fotográfica, fui informado que deveria deixá-la na portaria.

Pensei: – Ok, isso também acontece pelo mundo, afinal vão querer me vender as fotos depois…

Começamos a visita pelo museu e achei bastante organizado: monitores por toda parte a disposição para ajudar e dar informações sobre as obras disponíveis.

Um pequeno guia ilustrava as principais obras e explicava num contexto geral o acervo disponível no museu.

Confesso que as obras ali disponiveis não me chamaram muito atenção, talvez porque já esteja acostumado com as milhares de igrejas que existem aqui na Itália.

Então não era novidade ver turíbulos, altares, pias batismais, entre outros.

O que queríamos ver (e que não chegava nunca, pois você tem uma rota a seguir) era a tal “coleção dos presépios“, que constava no guia e que estávamos loucos de curiosidade para conhecer.

Ufa, depois do último corredor, um dos monitores nos guiou até um prédio anexo ao museu reservado aos presépios.

Naquele prédio estão diversas coleções de presépios, de todos os lugares do mundo e é muito divertido ver como cada povo ao redor do mundo tem sua pròpria representação do momento do nascimento de Jesus.

A Isabella adorou o presépio chinês, com a representação de Jesus com os olhinhos puxados, já a Brunna achou engraçada a representação vinha da Bahia e eu estranhei a boliviana.

Mas o melhor ainda estava por vir…

Depois de terminarmos o trajeto num presépio napolitano, onde fiquei diversos minutos admirando a riqueza de detalhes e acreditando que aquele seria o último da coleção, uma monitora nos parou e perguntou:

– Ei, vocês não vão ver o famoso Presépio Napolitano?

Eu respondi que já tínhamos visto lá embaixo, quando ela só indicou com o olhar a sala que estava à nossa esquerda, onde pude ler:

Presépio Napolitano: doado por Ciccillo Matarazzo

Desde que comecei a escrever este artigo, (há algumas horas atrás) estou com o pensamento longe, lá naquele prédio no nùmero 676 da Av. Tiradentes em SP e nao consigo achar palavras pra descrever tudo aquilo que estava na minha frente naquele momento!

Eu estava diante de um dos maiores presépios do mundo, com 1620 peças, levado ao Brasil por Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo.

Aquele presépio, construído no século XVIII e que iguais a ele só existem outros dois no mundo: o do Palácio Real de Napoli e o da Basílica de São Cosme e Damião, nas ruínas do Fórum Romano, em Roma abria-se como uma história viva bem diante dos meus olhos.

O que tornava aquele presépio tão especial pra mim não era apenas sua grandeza, que ocupa absurdos 110 m2 mas sim a complexidade da obra.

Pois ela não resume-se apenas a representação da “Sagrada Família” da forma que conhecemos!

Ali está representada toda a sociedade napolitana do século XVIII, com suas ruelas estreitas, seus vendedores de frutas, seus músicos, seus trabalhadores – ferreiros, barbeiros, sapateiros, verdureiros, suas cozinheiras com seus típicos aventais e tudo mais que caracteriza os hábitos e costumes daquele povo.

Infelizmente e digo mais – absurdamente – o Museu de Arte Sacra de São Paulo não disponibiliza um catálogo fotográfico do presépio.

E essa foi a minha maior desilusão!

Por que então reteram a minha máquina fotográfica uma vez que não havia fotografias disponiveis para venda no próprio museu?

No site do museu está disponível uma galeria de imagens que pode dar uma ‘vaga idéia’ do que realmente é o presépio, mas que não corresponde a qualidade das peças expostas.

Quem vive em São Paulo e é apaixonado pela história e cultura italiana não pode deixar de visitar o museu e apreciar esta obra que seguramente é a coisa mais fantástica que eu já visitei!

E acredite: não vejo a hora de visitar aquele em Napoli.

O Museu fica na Av. Tiradentes, 676 – Fone: (11) 3326-1373.

É aberto de terça a sexta – das 11 às 18h e aos sábados, domingos e feriados – das 10 às 19hs.

Para maiores informações, acesse o site do museu clicando aqui.

8 Comentários


  1. Grande Lucas tudo bem???Refaça toda a linha, é mais fàcil e tranquilo!!! Forte abraço e nao deixe de conhecer o presépio, é realmente maravilhoso!!!

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  2. Complementando: isso tudo pergunto, claro, para fazer o processo aqui na Itália, não para entrar na fila dos consulados. Abraço!

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  3. Olá Fábio!Bacana a dica do presépio, vou passar para o pessoal de SP! Já estive em Napoli e achei incrível toda essa tradição de presépios e miniaturas!Aproveito a ocasião e venho com uma dúvida um pouco básica: em novembro finalmente chega minha data para a legalização, e eu estava esperando levar todos os documentos desde o meu antenato italiano (tataravô); porém, há dois meses, depois de 12 anos na fila, meu tio conseguiu a cidadania pelo consulado de Curitiba, e por extensão minha avó também. Bastariam então os documentos a partir dela ou mesmo assim tenho que refazer toda a linha? Ou seja, se ela já está registrada como cidadã italiana aqui no nosso comune, posso entender que agora ela é minha antenata italiana? Pois isso me economizaria três gerações de certidões e traduções!! Obrigado e tanti saluti!

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  4. QUASE NÃO VOU À SAMPA, APESAR DE MORAR EM CAMPINAS, MAS TENHO IDO VISITAR UMA AMIGA COM QUEM PRETENDO IR CONHECER ALGUNS LUGARES COMO ESTE MUSEU. SEI Q VAI VALER A PENA, POIS CONHECIMENTO E ARTE É TD DE BOM! ABRAÇO

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  5. Grande AndreAhahahahaha relapso??Nao deixe sim de ir, é maravilhoso!!! Sobre o presépio boliviano é muito curioso, totalmente diferente dos outros, quando vc estiver là vc vai entender :)Forte abraço!!!!

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  6. Ciao, caro mioamo ler o seu blog; confesso que andei um pouco relapso nos últimos meses… mas enfim… gostei mto da dica sobre o Museu de Artes Sacras. Sou do interior do estado de Sp, mas qdo etiver na capital, colocarei no roteiro. Mas me diga: porque estranhou o presépio boliviano? Fiquei curioso… sou casado com Paula, boliviana; não vejo a hora de ver tornada realidade o reconhecimento da minha cidadania italiana e poder estar, conhecer, viver, estudar na Itália!!! Abraços fraternais!

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