É Possível Reconhecer a Cidadania Italiana Fazendo Voluntariado?

Vejam que interessante essa dúvida que eu recebi recentemente em uma caixinha de perguntas aberta lá no meu Instagram:

Reconhecer a Cidadania Italiana Fazendo Voluntariado

Chegou a hora então de falar se realmente é possível reconhecer a cidadania italiana fazendo voluntariado aqui na Itália.

RECONHECER A CIDADANIA ITALIANA FAZENDO VOLUNTARIADO, VERDADE OU MENTIRA?

Já quero começar este artigo dizendo que sim, é possível fazer o processo de cidadania italiana através de voluntariado aqui na Itália.

Eu já conheci algumas pessoas que trocaram mão de obra pela residência, e funcionou.

Normalmente usa-se programas como o Worldpackers ou Workaway.

Por mais que pareça algo incrível, na prática isso geralmente acaba se revelando uma ideia não tão boa assim.

Basicamente por dois motivos:

1º MOTIVO: A RESIDÊNCIA NA ITÁLIA

O primeiro fator problemático que temos nesse assunto é a questão da residência.

Se você já conhece o mundo da cidadania italiana – espero que já tenha baixado o nosso Manual Sagabook aqui – sabe que o processo aqui só acontece se você for residente, certo?

E por residência entendemos estar em um imóvel idôneo e que o proprietário aceite que você entre no sistema do comune daquele imóvel como residente, conforme eu explico aqui.

E aqui já nasce o primeiro problema no que diz respeito a ser aceito em programas de voluntariado: normalmente os proprietários não aceitam dar a residência em troca do trabalho.

Isso porque este tipo de programa tem como escopo receber pessoas de forma temporária, então o assunto “oferecer a iscrizione anagrafica” dentro deste contexto sequer faz sentido.

Outro problema que também pode acontecer é que a própria estrutura que vai te hospedar já contém a quantidade máxima de residentes que é permitido naquele imóvel, ou pior: sequer tem a autorização para ser um imóvel do tipo “abitativo”, como as residências rurais, por exemplo

Em ambos os casos, isso inviabilizaria a sua residência para poder solicitar a sua cidadania italiana por ali.

2º MOTIVO: MUDANÇA DO FOCO E FALTA DE PLANEJAMENTO

O segundo motivo pelo qual eu não gosto dessa ideia é da mudança do foco principal que todos temos que ter ao vir pra Itália.

O foco deve ser exclusivamente o processo de reconhecimento da cidadania italiana.

Eu entendo que todo mundo quer economizar mas, ao escolher este tipo de “projeto” para realizar a prática, as pessoas invariavelmente deixam de fazer tudo aquilo que eu considero essencial para que o reconhecimento aqui na Itália dê certo.

Começando pela escolha do comune, que é uma das coisas mais importantes para que tudo saia como planejado!

Ou pior: não se prepara financeiramente para o próprio processo, já que neste caso vem contando com “o ovo na cloaca da galinha” – para ser politicamente correto…

Perdi as contas de quantas vezes falei sobre isso.

Clique aqui para ver quantos artigos aqui mesmo no nosso blog encontramos com a palavra “planejamento”

OK FABIO, MAS SOU TEIMOSO / TEIMOSA! QUAL SUA RECOMENDAÇÃO NESSE CASO?

Se você realmente quiser insistir nessa ideia de tentar conseguir residência oferecendo sua mão de obra, a minha orientação é:

Deixe tudo muito bem claro com a pessoa que vai te receber, sobre a sua necessidade de usar o imóvel dela para solicitar a sua iscrizione anagrafica no comune!

Isso significa dizer que você vai precisar que ela te dê uma cessione di fabbricato como “ospitalità gratuita” assim que você chegar.

Além disso, ela deverá fazer também uma carta di ospitalità para que você não tenha problemas na entrada do país, incluindo uma fotocópia da carta d’identità dela enviada por email.

E não menos importante: verifique se o comune onde o imóvel está localizado realiza processos de cidadania italiana sem problemas, ou é um daqueles comunes que não são favoráveis, dificultado tudo que podem para a realização dos processos.

CONCLUSÃO

Toda vez que eu vou realizar um novo projeto, eu sempre coloco no papel os prós e contras daquilo que eu pretendo realizar.

E, neste caso, quando eu faço isso – vejo muito mais “contras” do que “prós” e por este motivo que eu não vejo essa ideia com bons olhos.

O maior problema pra mim, neste caso, começa com a escolha do comune.

Pois, no meu método, a primeira coisa que a gente faz é individualizar um bom comune e, só depois, começar a procurar imóveis nele.

Aqui a coisa se inverte! Primeiro encontra-se o imóvel e somente depois é que vamos ver se o comune é bom.

Contando ainda que o imóvel será idôneo e que o proprietário vai aceitar a sua inclusão nele.

É mais ou menos como a ideia de aproveitar documentos de familiares que já fizeram o processo anteriormente.

Dá pra fazer? Até dá! Mas as chances de dar merda são tão grandes que não compensa o risco, entendeu?

Um enorme abraço e até o próximo post 😉

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