Segunda bateria de exames – Parte II

Ciao a tutti

No dia seguinte, terça-feira 6 de novembro, foi a vez de enfrentar as provas de Psicopedagogia de 3º e 4º ano.

Neste caso, a modalidade de exame foi diferente: primeiro fizemos a prova teòrica (uma hora por ano) e depois que todos terminaram, a professora começou a chamar um a um para a prova oral.

Uma curiosidade: embora a matéria chama-se psicopedagogia, na dispensa a ser estudada estao bem definidas ambas as matérias separadamente: PSICOLOGIA e PEDAGOGIA.

O exame foi composto de quatro questoes mistas: duas de cada matéria.

Como eu fiz ambos os anos juntos, recebi duas folhas com as quatro perguntas abertas.

O MICO

Em cada pergunta, estava escrito que deveriamos responder de forma sucinta, entre 5 e 8 linhas, entao eu levei ao pé da letra!!!

Respondi todas, e tenho que confessar a voces: independente da habilidade, da fluencia e da competencia que temos em outra lingua que nao a nossa, è muito dificil realizar um exame onde voce precisa explicar de forma clara um conceito que nao domina.

Ok, terminei o exame, entreguei as folhas, sai e fiquei esperando junto com meus coleguinhas o inicio do exame oral – neste momento è igual ir ao dentista: parece que a sala de espera è pior do que a pròpria sala do dentista kkkkkkkkkkk

E’ verdade, pois todo mundo começa a perguntar pra todo mundo o que escreveu, como respondeu, o que acha que vai ser perguntado na prova oral, etc, etc, etc.

E cada minuto que se passa, a tensao aumenta, e a gente começa a esquecer tudo aquilo que tinha estudado, è muito terror!!!

Escolhi ser o ùltimo a entrar, deixei todo mundo passar na minha frente e a cada um que saia eu perguntava o que tinha sido questionado: logo percebi que ela mais perguntava era sobre Jean Piaget no 3º ano e sobre Rousseau no 4º ano.

Comecei a criar uma historinha na minha cabeça sobre ambos, inclui Freud no meio e fiquei esperando, atè ouvir o esperado prossimo!

Jà entrei tremendo, dei boa noite e comecei a pensar jà na historinha que teria que contar, quando improvisamente ela me pergunta: -Barbiero, precisamos conversar, pois em duas perguntas nao entendi bufulas do que voce escreveu.

E dispara: – Aqui voce escreveu que maieutica era uma ferramenta que Socrates utilizava com o objetivo de desenvolver a habilidade do dialogo entre seus alunos, correto?

– Sim, professora, è isso mesmo!

– Entao me responda: o que caccio significa a palavra FERRAMENTA??

Pois aqui na Italia, esta palavra significa um negòcio que vende pregos, parafusos, martelos……

Gente, ao invés de escrever na lingua italiana a palavra istrumento (que a tal maieutica era um instrumento) eu escrevi tudo em italiano, porém no meio coloquei a palavra ferramenta, tal qual eu utilizaria se estivesse escrevendo em portugues!!!

Naquele momento eu nao sabia onde enfiar a jaca de tanta vergonha kkkkkkkkkkkkk

Expliquei que havia me confundido entre as palavras, mas que o que eu queria ter dito era realmente instrumento.

Ela entao sorriu e cheia de gracinha me disse que tinha entendido sim o que eu quis dizer, mas que tinha achado graça.

Assim como achou graça com a palavra ortoxia que eu inventei (comparando a dislexia com a disortografia – eu acabei errando completamente essa ùltima rsrsrs)

Depois da vergonha do tamanho do mundo, ela me disse pra ficar tranquilo, me perguntou com o que eu trabalhava, o que tinha me motivado a estudar là, e mais um monte de coisas.

Começamos a conversar e entao ela me pergunta:

– Ok, o que voce preparou para o 3º ano? Respondi mais do que depressa: – Jean Piaget!

-Otimo, pode começar.

Dai desembestei a falar sobre o rapazinho, o que ele criou, o que pensava, sua teoria e tudo mais que eu me lembrava.

Ela perguntou entao sobre o 4º ano, falei sobre Rousseau e no final: PLACT: vou te dar 65/100 como sinal de encorajamento, atè porque voce se saiu muito bem na prova pràtica!!!

Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeba, agradeci atè a terceira geraçao da familia dela e voltei pra casa saltitando.

No dia seguinte, escrevi para a coordenadora pedagògica dizendo que eu gostaria de transferir o exame de ingles para fevereiro, pois nao tinha estudado e nao iria aprender ingles da noite pro dia, portanto quarta-feira foi um dia sem exames.

Na quinta-feira foi a vez das provas de Esercitazione di Economia della Comunità – que nada mais è do que a parte escrita desta matéria.

Confesso que nao foi dificil, foram dez questoes por ano, para que respondessemos verdadeiro ou falso – eu acho que me sai bem (as notas sairao somente na pròxima semana).

E eis que chega a temida sexta-feira com as provas orais: eu seria chamado para as seguintes provas:

Economia della Comunità do 2º, 3º e 4º ano
Storia do 4º ano
Italiano do 2º, 3º e 4º ano.

E a coisa è a mesma: todo mundo reunido no corredor, tinham pelo menos quarenta alunos realizando os exames.

As provas orais sao realizadas todas dentro de uma sala gigante, chamada aula magna (auditòrio) onde cada aluno faz o exame de frente ao professor especifico da matèria.

Porém na verdade, quando entramos na sala, cada professor està num canto e outras pessoas estao fazendo seus respectivos exames.

Bom, a primeira a me chamar foi a professora de italiano, tinha em maos meu exame escrito e acreditem: ela adorou.

Eu nao tive coragem de desmentir a història da Dona Benta como sendo minha nonna, atè porque logo em seguida ela tambèm me perguntou sobre o que eu tinha preparado: falei sobre Boccaccio no 2º ano, sobre Machiavelli no 3º e perguntei se poderia deixar o 4º para fevereiro, pois nao me sentia preparado para falar sobre Giacomo Leopardi.

Ela consentiu, e me deu 65/100.

Depois foi Storia com ela mesma, falamos sobre a revoluçao industrial e a revoluçao francesa, e plact: também 65/100 – mais uma beleza de voto (a propòsito: nota em italiano è voto :))

Por fim, fui chamado pela professora de Economia della Comunità: no 2º ano o tema era a familia (constituiçao, matrimonio, parentela), no 3º ano o assunto era a organizaçao da sociedade, e no 4º eu também pedi para deixar pra fevereiro, pois nao tinha tido tempo de estudar.

Ela atè que tentou me ajudar, pediu pra que eu falasse sobre qualquer assunto – imaginem, o assunto do 4º ano è alimentaçao: glucidios, lipidios, protidios, vitamina, etc…

– falei que realmente nao tinha sequer aberto a dispensa e ela também consentiu em deixar para fevereiro.

E me deu outro belo 75/100.

Enfim, falta saber apenas as notas da matéria de esercitazione e agora vem o mais legal: o curso preve que eu faça dois estàgios obrigatòrios (antes eram tres): 66 horas com crianças e 66 horas com adolescentes com handicap (deficientes), eu nao vejo a hora de começar, jà estou com todos os documentos e me jà foi dado os locais para isso – imaginem o quao enriquecedor serao ambas as experiencias!!!!

Enfim, è isso queridos leitores, espero que voces tenham se divertido com os micos e enrascadas que me meti, nos pròximos posts voltaremos a falar de cidadania italiana: tenho que apresentar dois novos CAB’s a voces – a Nathalia e o Germano e também voces conhecerao o novo projeto da Minha Saga que estarà disponivel ainda este ano – voces nao perdem por esperar!!!

Abbracci a tutti e atè o pròximo post 😉

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